sexta-feira, 5 de abril de 2013

A Gastronomia de São Paulo é um Travesti

Creio que tem mais ou menos uns seis meses que escrevi esse texto para um trabalho sobre a região sudeste.

Como sou de São Paulo e durante toda a minha vida fiz várias declarações de amor a esta cidade, esse trabalho muito me agradou, pois consegui dizer exatamente o que eu queria, e quero.

Imagem Publicada


A Gastronomia de São Paulo é um Travesti

Se dividirmos a cidade de São Paulo por bairros ou nichos gastronômicos, certamente perceberemos o óbvio: essa cidade é múltipla!
Talvez, em se tratando de gastronomia, São Paulo merece o título de travesti, transformista, Drag Queens e Drag Kings.
Sem sustos e sobressaltos, quero deixar bem claro que o uso ou analogia com as palavras acima citadas, nada tem a ver com sexualidade, fetiches e afins... Apesar de tudo isso também fazer parte da cidade, o que é natural... Eu diria até que é uma alegria, pois não dá para conceber São Paulo como uma cidade monótona com pessoas vestidas de cinza e comendo apenas “Virado à Paulista”. Se for para virar, que seja uma virada que nos dê uma visão caleidoscópica gastronômica a respeito de uma das maiores metrópoles do mundo.
Não é para qualquer cidade ter o título de Capital Mundial da Gastronomia, mas São Paulo, essa grande “travesti” provou que o título é merecido.  Mas nada cai do céu ou é por acaso, e água não se transforma em vinho, o que é lamentável.  Acredito que São Paulo conte hoje com quase 11 milhões de habitantes, ou mais. É a cidade mais multicultural do Brasil e uma das mais diversas do mundo.
Atualmente, é a cidade com as maiores populações de origens étnicas italianaportuguesajaponesaespanhola e libanesaárabe fora de seus países respectivos,  e com o maior contingente de nordestinos fora do Nordeste.
comunidade italiana é uma das mais fortes, marcando presença em toda a cidade. Dos dez milhões de habitantes de São Paulo, 60% (seis milhões de pessoas) possuem alguma ascendência italiana. São Paulo tem mais descendentes de italianos que qualquer outra cidade italiana (a maior cidade da Itália é Roma, com 2,5 milhões de habitantes). Ainda hoje, os italianos agrupam-se em bairros como o BixigaBrás e Mooca para promover comemorações e festas. No início do século XX, o italiano e seusdialetos eram tão falados quanto o português na cidade, o que influenciou na formação do dialeto paulistano da atualidade. São Paulo é a segunda maior cidade consumidora de pizza do mundo. São seis mil pizzarias produzindo cerca de um milhão de pizzas por dia.
comunidade portuguesa também é bastante numerosa, e estima-se que três milhões de paulistanos possuem alguma origem em Portugal. A colônia judaica representa mais de 60 mil pessoas em São Paulo e concentra-se principalmente em Higienópolis (presença maior) e no Bom Retiro (presença menor, atualmente). A partir do século XIX, e especialmente durante a primeira metade do século XX, São Paulo recebeu também imigrantes alemães (no atual bairro de Santo Amaro), espanhóis e lituanos (no bairro Vila Zelina). Podemos destacar também a importante comunidade armênia, com suas diversas instituições instaladas nas proximidades dos bairros Bom Retiro, próximo a Estação Armênia do MetrôImirim e Brás. Os armênios fizeram do comércio e da fabricação de calçados, suas principais atividades.
Bom, daria para escrever páginas e mais páginas sobre a história de São Paulo e como a gastronomia foi se desenvolvendo durante anos após anos. É lógico que com todo esse contingente de imigrantes, sem contar a colonização, seria injusto deixar o título de comida típica ao pouco conhecido “Virado à Paulista”, isso mesmo, pois ninguém viaja a São Paulo desejando comer Virado à Paulista... Os Bandeirantes que me perdoem, mas depois deles muita coisa mudou.
Quando falamos em comida regional ou comida típica de qualquer região do Brasil, sempre penso nos índios, que afinal eram os únicos habitantes deste país pré-colonização, portanto a comida típica de todas as regiões deveria ser apenas a mandioca, o peixe, a farinha de mandioca, frutas e batata.
Voltando a São Paulo e aos travestis, transformistas, Drag Queens e Drag Kings, podemos perceber que se visitarmos vários bairros Paulistanos, em cada um deles teremos certeza de que fizemos uma viagem no tempo e espaço, pelas várias etnias, pelos costumes, pelos sotaques, e claro, pela gastronomia tão explosiva e escandalosamente rica e diversa. É possível sair da Itália e ir para o Japão no mesmo dia, Sair De São Paulo e ir para O nordeste num piscar de olhos. Tudo se traveste em ritmos, odores, olhares, cores e sabores como se realmente fossemos expectadores de um show futurista da globalização gastronômica. 

quarta-feira, 27 de março de 2013

Encontro Marcado Com Greenpeace



Encontro Marcado com Greenpeace

Convidado - Jorge Cordeiro



Editor e redator da página do grupo Greenpeace Brasil na internet (www.greenpeace.org.br). Desde 2005, voluntário/colaborador/frila/ do Greenpeace.Contratado no final do ano passado para fazer este trabalho de edição.Assessor das campanhas: Oceanos e Transgênicos. Auxilair das campanhas: nuclear, energia, etc - também. Editor da revista do Greenpeace, um house-organ enviado para os colaboradores do grupo.
http://escriba.org/novo/



Moderador desta entrevista: Laerte Ferraz

http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=12490824115256429471



* E * l * i *
olá, Jorge conta pra gente como e onde surgiu o Greenpeace e quais as suas principais vitórias?


Jan 17
Letícia
Jorge:
Há quanto tempo existe o Greenpeace?Quais são os principais desafios hoje?

Jan 17
Vinicius
Admiração
Admiro o Greenpeace. A luta iniciada por ele ddespertou o que hoje chamamos de consciencia ecológica. Não esqueço a imagem aqueles "loucos" de bote se colocando na entre as baleias e os arpões dos baleeiros japoneses. Isso fez história e conseguiu visibilidade internacional.Uma boa luta por uma bela causa.

Jan 17
Luizão
Como eh que eu arranjo um punhado de voluntario pra limpar, certificar e afundar um reef artificial?

Jan 17
Vinicius
Manguezais
Não sei porque os manguezais sempre me atrairam a atenção. Depois de estudar um pouco sobre o assunto aprendi que eles são o berço da vida.Gostaria de me envolver voluntariamente em um projeto de manguezais. Tenho disponibilidade para atuar na região próxima ao Rio de Janeiro, por exemplo na Restinga de marambaia. Alguém pode me dar uma dica?

Jan 17
Vinicius
Recife artificial
Luizão, eu sou mergulhador autonomo e adoraria participar de uma empreitada dessas.Acho que para fazer isso tem que ter alguma autorização da marinha. Lembre-se que o recife não pode afetar a navegação e tem que estar mapeado nas cartas náuticas.Acho que o pessoal do mergulho pode dar uma dica. Eu faço só de hobby.

Jan 17
Jorge
Eli
o Greenpeace surgiu na década de 1970, do sonho de um grupo de jovens americanos de origem quaker (http://pt.wikipedia.org/wiki/Quaker). Eles tentaram parar os testes nucleares americanos no Alasca com o barco de um deles e foram enquadrados. Gostaram da experiencia e repetiram a dose nos anos seguintes. Aos poucos, a organizacao foi crescendo e se expandindo mundialmente. Hoje está em cerca de 40 países, com sede em Amsterdã.Principais vitórias? Putz, são varias. Internacionalmente poderia citar a proibição do despejo de lixo atomico no leito de oceanos, pratica comum na década de 1970. Foi uma bela vitoria. Recentemente, a campanha por uma revolucao energetica (http://www.greenpeace.org.br/energia/?conteudo_id=3099&sub_campanha=0 )fez com que as lampadas incandescentes fossem banidas na Irlanda, por exemplo. No Brasil, conseguiram a moratória da soja (http://www.greenpeace.org/brasil/amazonia/moratoria-da-soja), e agora a rotulagem de produtos fabricados com transgenicos. Há muitas outras, evidentemente, mas o importante é que o GReenpeace faz a pressao para influenciar nas politicas publicas de países, para fugirmos de um velho paradigma de desenvolvimento e apostarmos em maneiras sustentavveis de explorar e conviver neste planeta.

Jan 17
Jorge
Letícia
O Greenpeace, como disse antes, surgiu no início da década de 1970, nos EUA/Canadá.Os grandes desafios hoje são muito parecidos com os de ontem - tornar o mundo sustentável, pressionar e constranger autoridades públicas e privadas que promovem destruição, poluição e meios ambientalmente danosos, conscientizar e engajar o público.Temos problemas sérios nas florestas do planeta, nos oceanos, em países em desenvolvimento que recebem lixo eletrônico dos países ricos, a forma como geramos energia, a disseminacao no ambiente de uma tecnologia nova e quase nada segura como a engenharia genética em alimentos... enfim, tem um bocado de coisa pra trabalhar em cima...

Jan 17
Jorge
Valeu, Vinicius! Quando quiser, faça uma visita ao Greenpeace (fica na rua Alvarenga, 2331 - butantã) para saber um pouco mais sobre a organização. O site (http://www.greenpeace.org.br/) também tem informação suficiente para vc saber um pouco mais sobre o que fazemos. Quanto a manguezais, o Greenpeace Brasil não tem campanhas específicas nesse sentido (atualmente, atuamos em Energia, Amazonia, Oceanos, Transgenicos, Nuclear e Clima. Isso no Brasil. Lá fora ainda tem outras campanhas, como a de Tóxicos), mas acompanha com interesse e, muitas vezes, apóia a atividade de outras ONGs que lutam pela preservação ambiental em áreas importantes como essa.



Santuário de Baleias do Atlântico Sul



Fábio
Imprensa
Caro Jorge, duas perguntas:a) Como você analisa a cobertura da imprensa brasileira sobre as questões ambientais;b) Como é o relacionamento do Greenpeace com a chamada "grande imprensa"?Abraços.

Jan 17
Jorge
Falae, Fabião!Cara a cobertura da imprensa brasileira sobre as questões ambientais melhorou muito nos últimos anos, mas ainda está muito aquém do que ela pode (e a meu ver, deve) fazer. O Luciano Martins Costa escreveu no OI um artigo interessante mostrando como a nossa imprensa fica apenas nas franjas do problema, seja por conveniencia, ignorância de sua importância e até por avaliar equivocadamente o problema. (http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=468IMQ002A questão ambiental passa necessariamente pelo modelo de desenvolvimento defendido pelos grandes grupos de mídia no Brasil e aí fica aquela coisa meio esquizofrenica, a materia dizendo que temos problemas na Amazônia, mas o editorial pedindo mais incentivos para o agronegocio...O relacionamento do Greenpeace com a grande imprensa melhorou muito também nos últimos anos, graças à importância que o tema ambiental ganhou, mas ainda fica muito a reboque de uma pauta esporádica, sem profundidade. Temos o que eu chamo de jornalismo 'pout-pourri', que não contextualiza as coisas e não provoca o debate. É uma pena porque o assunto é rico em boas pautas, histórias, curiosidades. Enquanto os jornalistas ficarem apenas na casca, sem pegar o miolo, os textos sempre parecerão desconexos... Vale lembrar aqui que falo da mídia impressa e televisiva, basicamente. Na internet, seja pelo ritmo diferenciado, seja pela diversidade de fontes, a coisa é um pouco diferente e graças ao hyperlink, os textos ganham uma profundidade praticamente impossível num texto impresso. As redes de noticias que estão por toda a internet, fora dos portais de noticias dos tradicionais grupos de mídia, conquistaram milhões de leitores, que por sua vez deixaram de ler revistas, jornais e ver noticiario na TV justamente por falta desse algo a mais...

Jan 17
* E * l * i *
Jorgea partir do que vc respondeu para o Fábio, podemos concluir que a internet contribui para a "causa"?isso, se verdadeiro, é perceptível, ou seja, produziu impactos significativos?

Jan 17
Jorge
Eli
Com certeza a internet é o motor de muitas mudanças na produção, distribuição e compartilhamento da informação, algo que pegou o jornalismo tradicional de surpresa e totalmente despreparado. Como disse, há inúmeras redes online, grupos e listas de discussão, blogs, sites como o orkut e afins discutindo o problema que na maioria das vezes é ignorado pelo jornalismo tradicional. No Greenpeace, a internet é usada ao limite, promovemos ações online, convocando ativistas a enviarem cartas, protestos e afins para governos, políticos, empresários, etc. Estamos também aqui no orkut, no facebook, myspace, e onde mais pudermos para difundir a causa. Os impactos que observamos é uma maior facilidade no engajamento do publico, disseminação da informação e aumento na pressão em cima de quem causa o problema e/ou pode resolver uma questão.

Jan 17
Jorge
Só pra ilustrar: enquanto a internet foi povoada por inúmeros blogs, sites, grupos de discussão de temas ambientais, o jornalismo impresso e televisivo ainda nao tem uma editoria especialmente dedicada ao assunto. É só conferir: nenhum jornal ou revista brasileira tem uma editoria exclusiva de meio ambiente! É um absurdo!!



Jan 17
Letícia
Jorge:
Muito obrigada por sua resposta.Outra:Por que e quando você entrou para o Greenpeace?

Jan 17
Cleo
Jorge,
antes de qq coisa parabéns pela ao Greenpeace e ao MP pela vitória sobre a Bunge/transgênicios .vou ficar por aqui acompanhando a interessante entrevista.

Jan 18
* E * l * i *
Jorgemuita gente acha que as ações do Greenpeace que são veiculadas na mídia são ações terroristas...por que a opção por esse tipo de ações?como é a repercussão delas no exterior?

Jan 18
Jorge
Letícia
Eu entrei para o Greenpeace porque sentia a necessidade de contribuir efetivamente com mudanças no jeito como as coisas são feitas no mundo em que vivo e não encontrava isso nos lugares em que trabalhei - empresas privadas e jornais.Já conhecia o Greenpeace de longa data e sempre os admirei pela coragem e determinação com que enfrentam o status quo político-economico. Em 2005, quando trabalhava como frila para o jornal o Globo, fui cobrir um protesto do Greenpeace no consulado americano, no Brooklin. No final, conversei com o pessoal lá e me coloquei à disposição para fazer trabalho voluntário pra eles, escrever textos, o que fosse. Quando sai do Globo, ao final do periodo de frila, recebi uma ligação do Greenpeace e fui contratado para participar de uma expedição, a Brasil Não É Nuclear, que percorreria cidades pelo país para mostrar às pessoas a estupidez da retomada do programa nuclear brasileiro - http://www.greenpeace.org/brasil/nuclear/expedi-o-brasil-n-o-e-nucleaFui como assessor dessa expedição, fotografo e ainda escrevia notas para o site. Foi divertido - e cansativo tambem. 45 dias rodando pelas estradas brasileiras, levando um balão enorme que era inflado nas cidades para chamar a atenção... No site tem um pouco dessa historia. No meu blog (http://www.escriba.org/), tem outras... enfim, desde então trabalhei com o Greenpeace como frila, ora fazendo assessoria, ora escrevendo textos para o site ou para a revista trimestral deles, até que em setembro do ano passado fui contratado.

Jan 18
Jorge
Cleo
Valeu pela força!! Agora vamos pressionar para que TODOS os produtos fabricados com soja transgênica no Brasil sejam rotulados também - margarinas, maioneses, chocolates, biscoitos, etc etc...


Jorge
Eli
já respondo a sua pergunta, é que pintou uns textos aqui pra fazer...guentae! :)bjs





Jan 18
Marta*
embalagens
...Oi Jorge.....Com a atual preocupação do problema gerado pelo uso das EMBALAGENS e com alguns projetos já surgindo em relação a solução deste problema , como o greenpeace se posiciona ou até mesmo agirá em relação a este tópico? Existem já algumas campanhas?..Ah! Parabéns pelas ações!..

Jan 18
Marta*
...Jorge... já teve alguma "causa" que o Greepeace lutou com "muito afinco" e nada conseguiu??? Qual ou Quais foram estas causas e qual foi ou seria a próxima ação pós causa concretizada? ....

Jan 18
Marta*
...Pegando carona na pergunta anterior, como ficaram as "ações" em relaçao ao treinamento da Marinha nas Ilhas? .....

Jan 18
Lux in Tenebris
Caro Jorge, saudações.Quais são os critérios utilizados pelo Green Peace, à respeito da utilização da energia Nuclear como fonte de abastecimento energético? (ou matriz energética)?Grato.

Jan 18
Marta*
...Há algum tempo atrás, apareceu uma entrevista na TV (não lembro qual o canal, pois não costumo assistir TV) de um Passivo Ambiental "GRAVÍSSIMO" que estava ocorrendo na cidade da mãe do Caetano Veloso. A maioria dos habitantes desta cidade, principalmente a população masculina, estava infectada e morrendo pela contaminação dos resíduos de uma fábrica, já extinta, mas que havia deixado grande quantidade de "lama" que a população usava como calçamento. ATUALMENTE DESCOBERTO COMO NOCIVO, ou seja a cidade inteira estava com produto altamente contaminante e nocivo e não sabiam onde e quem eram os donos da empresa em questão. Neste caso o Greenpeace teria ou já tem ações ou um movimento em relação aos PASSIVOS AMBIENTAIS, que não são poucos, no país ou no mundo?...

Jan 18
Alan
oi Jorge, até que nível o greenpeace tem ligação ideológica entre países?achei deplorável um cartãozinho que li distribuído na Inglaterra convocando pessoas para materem brasileiros por causa do desmatamento. humor Inglês à parte achei de extremo mal gosto e uma grande hipocrisia condenarem brasileiros mas continuarem comprando mogno para seus móveis.como se dá esse tipo de evento? é isolado? existem mentores intelectuais em cada país em um núcleo centralizado ou é difuso?como funciona a estrutura do greenpeace?

Jan 18
Jorge
Eli
Vamos lá...normalmente quem considera as ações do GReenpeace terroristas são justamente as empresas, governos e pessoas que queremos constranger publicamente para mostrar seus maiores pecados ambientais. Quando tempos atrás colocamos uma faixa gigante numa fazenda de soja na Amazonia com os dizeres: "100% Crime", certamente o dono nos chamou de terrorista, mas o tempo mostrou que a soja é um dos principais responsáveis pelo desmatamento da floresta, tanto que depois conseguimos uma boa vitória, que foi a moratória da soja (ver aqui - http://www.greenpeace.org/brasil/amazonia/moratoria-da-sojaSem esse tipo de ação, provavelmente ninguem daria a atenção necessaria para o problema.Na década de 1970, ambientalistas eram chamados de terroristas, eco-chatos, etc (e ainda o sao hoje em dia) quando denunciavam a morte de focas e baleias, os testes nucleares ilegais no Pacífico, o despejo de lixo nuclear no fundo dos mares, a derrubada de florestas, o aquecimento global, as mudanças climáticas, mas boa parte dos alertas se confirmaram. Quem avisa amigo é...A opção pela ação direta não-violenta, com testemunho presencial do fato a ser denunciado, vem desde a fundação do Greenpeace, baseada nos preceitos do filosofo e escritor HD Thoreau, e seguidos por pessoas do quilate de Martin Luther King e Gandhi.Acreditamos que esse tipo de ação é a mais adequada para denunciar e constranger quem agride o meio ambiente, chamando a atenção do público para problemas que afetam nossa vida. Há quem diga que o Greenpeace só sabe protestar, gritar e apontar problemas, sem apontar soluções, o que é uma inverdade. O Greenpeace produz uma quantidade gigante de relatórios, documentos, pesquisas em todas as áreas em que atua propondo um novo caminho. O problema é que a divulgação desse material nem sempre é a adequada ou desejada.A mídia - principalmente brasileira - não curte muito se aprofundar nos temas e prefere registrar e divulgar apenas os protestos que gerem boas imagens e tal. (SEGUE)

Jan 18
Jorge
A gente tenta fazer um pacote inteiro - protestamos para registrar e denunciar um problema e também para divulgar a nossa proposta. A mídia, infelizmente, tende a ficar apenas na primeira parte e ignorar a segunda. Dificilmente conseguimos emplacar detalhes (ou mesmo um resumo) de nossos relatorios nos jornais ou revistas. Isso dificulta o trabalho, mas a internet tem sido uma grande ferramenta para podermos driblarmos esse obstaculo.Pela internet conseguimos levar a informação às pessoas, furando o bloqueio. O Orkut é um bom exemplo disso...No exterior, os protestos do GReenpeace Brasil que mais interessam são os relacionados à Amazonia, evidentemente. E naõ poderia ser diferente, dada a sua importância em escala global.

Jan 18
Jorge
Marta
O Greenpeace não trabalha com questão tão específicas assim, como esse caso de embalagens. Nossas campanhas são mais amplas - no caso Energia, Clima, Floresta (Amazonia), Transgenicos, Oceanos, Nuclear, e lá fora tem ainda Toxicos. Outras ONGs cuidam muito bem de temas específicos e o Greenpeace sempre procura apoiá-las conforme a possibilidade. Para exemplicar: temos uma campanha de Oceanos, mas não uma especifica para o litoral sul de SP ou Abrolhos. É claro que dentro de cada campanha há uma escolha de prioridades (Oceanos - Baleias, estoques pesqueiros, Nuclear - Angra 3, floresta = Amazonia) e por aí vai.E com certeza há campanhas que o GReenpeace enfrenta e não consegue seus objetivos. Não lembro agora uma especifica para te dizer, mas isso nao diminui em nada a nossa vontade de continuar a luta. If you're gonna die, die with boots on! :)


Jan 18
Jorge
Lux
O Greenpeace é contra o uso da tecnologia nuclear para a geração de energia por acreditar que há inumeras outras fontes mais limpas, baratas e seguras, como eólica, solar, geotérmica, marés, biomassa, pequenas centrais hidreletricas, etc. O Brasil então, nem se fala. Hoje temos 80% de nossa geração de energia por hidrelétricas, algumas usinas de carvao e gás, e duas usinas nucleares mais conhecidas como vaga-lumes (porque sempre sao desligadas por defeitos).O governo quer construir Angra 3 (e possivelmente outros reatores), gastando mais de R$ 7 bi, quando com esse dinheiro poderiamos investir em eficiencia energetica, programas de economia de energia (conscientizacao da populaca) e projetos de fontes renovaveis de energia.

Jan 18
Jorge
Outro dia, Lux, subi a seguinte noticia para o site do GReenpeace:"O primeiro-ministro da Finlândia, Matti Vanhanen, admitiu no último dia 14 que construir novas usinas nucleares para reduzir as emissões responsáveis pelo aquecimento global não é a forma correta de lutar contra as mudanças climáticas. Segundo ele, reduzir o consumo de energia, especialmente por automóveis, seria muito mais efetivo para evitar o aquecimento global.“Não vejo como mais usinas nucleares podem ser a resposta global para as mudanças no clima”, afirmou durante um discurso para o Clube Nacional da Imprensa, em Washington (EUA).Em fase de construção, o terceiro reator da Finlândia, Olkiluoto 3, está com o cronograma atrasado em dois anos e com um orçamento estourado em milhões de euros, prejuízo que está sendo repassado aos bolsos dos contribuintes, como é de praxe no mundo.Tendência confirmada também pelo caso da Progress Energy Florida, responsável pela construção de duas novas usinas nucleares em Levy County, nos Estados Unidos. Um alto executivo da empresa já admitiu que gastará mais do montante inicialmente planejado. O executivo não revelou valores, mas segundo estimativas da própria indústria, o custo revisado poderá ser de duas a três vezes maior do projetado há um ano. Essa alta nos custos terá impacto nas contas de energia elétrica de 1,7 milhão de consumidores americanos.“É interessante notar que, apesar de a indústria nuclear ter encontrado no aquecimento global a desculpa que procurava para reaquecer seus negócios, nem mesmo chefes de governo e executivos envolvidos em projetos nucleares conseguem sustentar o discurso de viabilidade de seus negócios, seja pelo viés econômico, seja pelo viés ambiental”, disse a coordenadora da campanha antinuclear do Greenpeace, Beatriz Carvalho."Sacou?

Jan 18
Jorge
Alan
Nao entendi sua pergunta da 'ligacao ideologica'...Quando ao cartao, vc poderia me mandar ou mostrar por aqui? ERa mesmo do Greenpeace Inglaterra? Sem ver, fica dificil comentar.Preconceitos existem em todos os países do mundo, em todas as pessoas. A gente os tem as vezes sem mesmo saber... Alguns sao mais dificeis de serem abandonados, outros sao uma questão de tolerancia e educacao apenas...Cada país é responsável por suas campanhas e ações dentro delas - com algumas exceções, quando envolvem outros países, ou questoes internacionais como reuniao do IPCC, etc.O Greenpeace é uma ONG, com sede em Amsterdã, presente em 40 países. Não sei o total de colaboradores no mundo, mas no Brasil são cerca de 40 mil. O Greenpeace não aceita dinheiro de governos ou empresas, apenas de pessoas físicas. Sim, um presidente de uma empresa ou deputado de um partido poderia doar dinheiro para o Greenpeace, mas desde que o faça em termos privados. Tipo: Lula ou FHC poderiam doar, mas não seus respectivos governos, saca?No Brasil , hoje, acho que a unica outra organização que trabalha desse jeito, com doações de colaboradores, é o Idec (Instituto de Defesa do Consumidor)...

Jan 18
Lucia
Jorge
O que é necessário para ser um ativista?

Jan 18
Cleo
Oi Jorge,
gostaria de saber como o Greenpeace vê o desempenho de Marina Silva como ministra do meio ambiente.obrigada

Jan 18
Jorge
Lucia
Antes de mais nada, muita disposição e coragem. É preciso também 'vestir a camisa', ou seja, ter em mente que ao entrar para uma organização como o Greenpeace, não adianta apenas gostar de meio ambiente e tal, é preciso viver a experiência, levá-la para casa, usá-la no seu dia-a-dia, ser vc mesmo agente da transformação que busca no mundo, como já dizia Gandhi.O ativista que vai para as ações, se acorrenta, se pendura, vai num barco para a Antártica, etc e tal, recebe um treinamento e em geral é aceito para essas atividades se ficar comprovado que ele tem habilidade adequada para o que a ação exige. Não é apenas uma questão de vontade, é preciso saber e poder fazer. Caso haja interesse, procure o Greenpeace aqui no escritório na rua Alvarenga, venha conhecer nossa casa e conversar um pouco, sem compromisso. Quem sabe... ?

Jan 18
giovanna
OI, JORGEPor que o Greenpeace nao procura divulgar seu trabalho e os resultados de seus estudos em escolas particulares?

Jan 18
Alan
Jorge, estou satisfeito com suas respostas, mas infelizmente não disponho do panfleto. Entendo sua posição.abraços

Jan 18
* E * l * i *
Jorgea energia eólica, mesmo a curto prazo, não seria muito mais barata que a nuclear?só pra constar... acho a opção do Greenpeace, pela ação direta não-violenta, a melhor...

Jan 18
Laerte
Jorge
Imagino que haja muita gente contrária ao Greenpeace. Quem são os principais oponetes? São grupos estruturados? E quais recursos usam para a oposição?E, no lado oposto desta questão: Existe apoio oficial ao Greenpeace? Qual e em que nível?


Jan 18
Lux in Tenebris
Jorge, ainda sobre a questão da energia Nuclear.Não seria um tanto quanto "infeliz" uma tecnologia tão avançada e que abre campos não explorados pela tecnologia humana (manipulação da massa atômica, manipulação de moléculas e outras infinitas áreas) meramente por causa de acidentes derivados de interesses políticos, mais do que propriamente dita falta de "funcionalidade" da tecnologia em questão?Lembrando por exemplo, os primeiros motores, os primeiros experimentos com eletricidade e outros?Enfim, existe alguma outra observação do Green Peace à respeito, ou sobre ENERGIA NUCLEAR ou esse posicionamento é irredutível?Se sim, vc poderia postar as razões?Eu tenho muito interesse no assunto.

Jan 19
Marta*
...Obrigada Jorge! as respostas ficaram um tanto "vagas".. mas TUDO LIGHT! rsrs....Um excelente dia e muita energia em 2008....Bj...BJ...

Jan 21
Jorge
Marta
'respostas vagas'? Nao entendi... Poderia ser mais explicita? Em relacao às suas questoes, nao posso ser mais 'especifico' porque nao existem campanhas do greenpeace para os assuntos que vc aponta. Como disse, outras ONGs tratam desses assuntos.Mas enfim, se me explicar onde eu poderia ser mais 'especifico', talvez possa melhorar a resposta...

Jan 21
Jorge
Giovanna
O Greenpeace não atua com educação ambiental propriamente dita, mas ainda assim muitas escolas levam seus alunos para exposições promovidas pelo grupo, como no caso da exposicao do túnel de mudanças climáticas, o evento da árvore queimada na Amazonia que percorreu inumeras cidades do país, etc...

Jan 21
Jorge
Eli
Não tenho numeros aqui, mas no geral, a energia eolica é mais barata que a nuclear sim, principalmente se vc considerar o passivo ambiental que usinas atomicas deixam para a sociedade - toda usina nuclear tem que ser desligada e descomissionada depois de um periodo (algo em torno de 40 anos, dependendo do projeto), e NAO HÁ até hoje nenhum projeto definitivo para guardar rejeitos radioativos - todos são PROVISORIOS.Alem disso, todo projeto energetico tem que contar com subsidios governamentais para se estabelecer, e no caso das energias alternativas nao é diferente.Mesmo assim, projetos de geracao de energia renovavel tem sido rentaveis e ganharam força nos ultimos anos, principalmente na Europa e alguns estados americanos, como a California. No Brasil, infelizmente, ainda engatinha...

Jan 21
Jorge
Laerte
Os grupos contrarios ao Greenpeace, em geral, sao corporativos, que nao querem mudar o paradigma de desenvolvimento que lhes garantiu enormes lucros ao longo do tempo, às custas da saude ambiental do planeta. Recursos eles tem de sobra...Apoio oficial ao Greenpeace? Sim, claro! Milhoes de colaboradores em todo o mundo, cidadaos comuns como eu e vc que acreditam na causa. Pessoas fisicas, nunca pessoas juridicas, corporacoes e governos.

Jan 21
Jorge
Lux
A energia nuclear é uma tecnologia avançada, mas ultrapassada, cara, e insegura. Uma coisa é ter o desenvolvimento nuclear para áreas como a de medicina, outra é tê-la para geração de energia. O caso de acidente numa usina é mais complicado do que isso... Veja bem, o caso aqui não é a quantidade de acidentes que podem ocorrer. Um só acidente nuclear pode causar problemas por demais graves para a regiaõ e sua população. Vale o risco? Acreditamos que não. Há outras tecnologias muito mais eficientes e seguras do que a nuclear.Por tais motivos, o Greenpeace é contra a geração de energia por meios atomicos.

Jan 21
* E * l * i *
Jorgea produção em massa de energia de fontes renováveis, como a eólica, engatinha no Brasil por que?interesses econômicos? falta de tecnologia? falta de vontade política?(eu não me conformo com tanto vento desperdiçado no litoral do nordeste, principalmente... rs... poderiam aumentar a plantação de cata-ventos, né? )

Jan 21
Jorge
Engatinha no Brasil, Eli, porque o governo insiste em subsidios para outras formas de geração - termicas e até nuclear - em vez de dar prioridade ao Proinfa e a programas de eficiencia energetica, por exemplo.Mas acredito que como a energia eolica tem crescido barbaridade em todo o mundo , talvez fique impossivel o governo brasileiro ignorar tal mercado, principalmente devido as condições favoraveis existentes no país.estou subindo uma matéria no site do greenpeace justamente sobre o incremento da energia eolica em todo o mundo. Já já ponho o link aqui.

Jan 21
Jorge
Conforme prometi, segue o link sobre a energia eólica no mundo.primeiro o texto:Energia eólica bate recorde de geração e crescimento em todo o mundoSão Paulo, Brasil — Novos dados revelam o crescimento dessa fonte renovável. Espanha já consegue mais MW do vento do que de usinas nuclares.Na Espanha, as boas condições de vento colocaram a geração de energia eólica à frente da geração de energia nuclear e energia térmica a carvão na semana passada. A geração de 9563 MW (de uma capacidade instalada total de 13908 MW) às 15h27 da quarta-feira passada fez com que a energia eólica respondesse por 25% da demanda daquele horário, superando em muito a demanda atendida por usinas nucleares (16%) e térmicas a carvão (15%).A segunda boa notícia foram os resultados do mercado norte–americano de energia eólica, que reportou a instalação de 5.244 MW de capacidade nos Estados Unidos em 2007. O índice foi divulgado na quinta-feira passada pela American Wind Energy Assocation (Associação Americana de Energia Eólica) e mostra que, com um investimento de US$ 9 bilhões, houve crescimento de 45% da capacidade instalada de energia eólica naquele país em relação a 2006. Para efeito de comparação, esta quantidade é próxima à capacidade das usinas hidrelétricas do Rio Madeira, de 6.450 MW. E a construção de Angra 3, com apenas 1350 MW, custará, para cada MW de capacidade instalada, o dobro do valor investido por MW nos Estados Unidos.“O recorde de geração registrado na Espanha é uma prova irrefutável da confiabilidade da geração eólica, e o crescimento desta fonte energética nos EUA mostra que a indústria norte-americana aposta neste tipo de energia e está ciente de seus benefícios ambientais e econômicos”, disse Ricardo Baitelo, coordenador da campanha de energias renováveis do Greenpeace Brasil. “Estes exemplos reafirmam a necessidade urgente de o Brasil rever sua lei de incentivo a energias renováveis e aproveitar seu gigantesco potencial de energia eólica.”



Jan 21
Jorge
agora sim, o link
http://www.greenpeace.org/brasil/energia/noticias/energia-e-lica-bate-recorde-de

Jan 22
* E * l * i *
obrigada, Jorge!eu nunca me conformei de não se utilizar a energia eólica...é limpa e o combustível é de graça... rs...em Recife, parece, vai ser construída uma fábrica do eqipamento (esqueci o nome) que capta a energia eólica...se eu encontrar a matéria, te passo...

Jan 22
Jorge
valeu Eli! Me interessa sim, sempre publico no meu blog esse tipo de assunto...bjs!

Jan 22
* E * l * i *
Jorgea respeito das "derrotas" do Greenpeace...a liberação da produção dos trangênicos, no Brasil, não foi uma delas?sim... a "derrota" não foi do Greenpeace... mas não foi uma campanha que resultou infrutífera, já que eles foram liberados?(depois procuro as matérias... mas se quiser se adiantar... busque suape + eólica, no google... rs)

Jan 22
Mari
Sobre os transgênicos
Eli,Antes de tudo gostaria de me apresentar. Trabalho no Greenpeace também (mais precisamente ao lado do Jorge) e, a convite do próprio, vim ajudá-lo a responder algumas perguntas. Os transgênicos foram sim liberados (alguma espécies) no Brasil. O trabalho que fazemos é de formiguinha nesta campanha. Acompanhamos cada passo das aprovações do processo, apresentamos relatórios de contaminação de plantações convencionais, etc e tal. Com certeza foi uma notícia muito triste para todos nós sabermos que podemos comer transgênicos sem nem saber. Em contrapartida, ficamos surpresos quando vimos a rotulagem nos óleos da Bunge nos supermercados do Brasil inteiro. Infelizmente os transgênicos estão no nosso país, agora o trabalho do Greenpeace va iunir forças para conscientizar a população. Precisamos saber o que estamos comento. Se tem transgênico, tem que rotular!Espero ter ajudado.

Jan 22
Jorge
só pra complementar, EliTEmos que lembrar que os transgenicos entraram no Brasil de maneira ILEGAL - a soja geneticamente modificada foi contrabandeada no país e plantada de forma irregular. Tentaram fazer isso tambem com o algodão, recentemente. E , a meu ver, tentaram fazer tambem com o milho, quando sugeriram importar o grão da Argentina, um país que planta muito transgenico.E ainda assim, conseguimos ao longo do ano passado bloquear as tentativas da CTNBio de aprovar, sem estudos aprofundados e pedidos de relatorios de impactos ambientais para as empresas, do milho transgenico. Este ano, começamos com a boa noticia da rotulagem dos oleos de soja e vamos continuar na luta para que todo e qualquer produto transgenico seja rotulado no país. Só assim poderemos ter enfim respeito ao consumidor e pressionar as empresas para que interrompam esse tipo de producao, porque causa impacto grande no meio ambiente e evidencias cientificas demonstram que os impactos à saude humana não são insignificantes.

Jan 22
Cleo
Jorge,
fiz uma pergunta láaaaaaaaaa atrás !!!

Jan 22
S2~*Índia
Jorge
Gostaria de saber qual trabalho vocês desenvolvem em relação Amazônia, está atrelado somente ao desmatamento? A plantação de soja na Amazônia? Hidrelétricas? Se bem que os 3 fatores estão ligados. Estima-se que nos próximos 20 anos sejam construídas 60 grandes usinas hidrelétricas na Amazônia gerando algo em torno de 60 a 70 mil MW de energia. Atualmente, as usina em via de construção são de Santo Antonio (capacidade de 3.150 MW) e Jirau (3.300 MW) ambas no Rio Madeira o maior afluente da margem direita do Rio Amazonas, são vários os impactos sociais e ambientais que tais usinas causarão, alem do que se represarem o rio Madeira, teremos via navegável de 4.200km, para passagem de SOJA, isso lembra + desmatamentos + monocultura+usina= destruição da Floresta Amazônica.

Jan 27
Lord Cyrus
Perdão se a entrevista já acabou ou algo assim, mas tenho uma pergunta.O que achas do documentário "A grande farsa do Aquecimento Global"? Qual é a resposta científica que o greenpeace tem sobre o assunto, caso exista?

Jan 30
Marcelo
Gostaria de saber o que vocês vêm como possívels problemas em Angra-3.Qual a solução para o crescimento da matriz energética brasileira?Qual o tipo de combustível do navio do Greenpeace?


Jan 30
* E * l * i *
Mari, Jorgeobrigada!não encontrei a notícia que procurava, mas encontrei esta mais antiga, sobre a mesma fábrica:21/9/2006Suape terá fábrica de R$ 20 miA empresa Inverall, subsidiária da argentina Impsa, vai instalar uma fábrica de aerogeradores eólicos no Complexo Industrial e Portuário de Suape.O empreendimento vai receber investimentos de R$ 20 milhões e deve entrar em funcionamento no segundo semestre de 2007...http://intelog.net/site/default.asp?TroncoID=907492&SecaoID=508074&SubsecaoID=538090&Template=../artigosnoticias/user_exibir.asp&ID=394637&Titulo=Suape%20ter%E1%20f%E1brica%20de%20R%24%2020%20mi

Feb 4
Jorge
Pessoal, antes de mais nada queria me desculpar por ter meio que abandonado a entrevista, mas é que fiquei fora um tempo, numa mega reunião, e agora estou no Rio, pro carnaval - com meus filhos. Mas como está chovendo hoje, arrumei um tempinho e invadi o computador do meu irmao pra responder as perguntas que faltam. E vamos lá!

Feb 4
Jorge
S2
O Greenpeace desenvolve diversos trabalhos na Amazonia. Já ajudou a demarcar terras de indios, a criar a moratoria da soja, programas como o Cidade Amiga da Amazonia, que incentiva as autoridades publicas a usarem apenas madeira certificada, e por ai vai. Desmatamento é uma parte importante, mas há tambem um foco na questao da madeira, assentamentos, reservas extrativistas, etc. ver mais aqui: http://www.greenpeace.org/brasil/amazonia/Nao temos nada diretamente ligado a hidreletricas, mas acho que muito em breve o greenpeace deverá começar a tratar o assunto mais diretamente. Até onde eu sei o Greenpeace defende as Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), por causarem menos impacto na floresta.

Feb 4
Jorge
Lord Cyrus
Nao vi o documentario, mas está claro que faz parte da estratégia dos 'deniers' para manter as coisas como estão e garantir os lucros das empresas e políticos de sempre. Acho que não há mais duvidas de que o problema existe e foi causado principalmente pela ação humana. A melhor resposta que o GReenpeace poderia ter sobre o aquecimento é a do IPCC, painel com cientistas de todo o mundo. Estamos certos de que o Protocolo de Kyoto é o caminho, bem como as revisoes dele. Os governos do mundo precisam entender que é hora de um esforço conjunto, e imediato, para salvarmos o planeta. Enquanto ficarem em discussoes burocráticas ou diversionistas, nao vamos a lugar algum...

Feb 4
Jorge
Marcelo
Usinas nucleares não sao a solucao de nada - nem da demanda energetica nem do aquecimento global (até a Finlandia já admitiu isso.. http://www.greenpeace.org/brasil/nuclear/noticias/finl-ndia-admite-nuclear-n-o. E como nao se bastasse, sao perigosas, sujas e caras. Os defensores dizem que desde Chernobyl nao houve acidente algum grave o suficiente para desacreditar a tecnologia. Mas a questao nao é bem essa. Será que precisamos ter mais um acidente naquelas proporções - ou ainda maior - para ficar claro que a tecnologia nao é interessante para a humanidade?É um preço muito alto. Temos outras fontes energeticas que podem suprir a demanda de forma mais segura e barata - eolica, solar, biomassa, geotermica, mares, etc.No Brasil, há espaço gigantesco para o crescimento da energia eolica, das pequenas centrais hidreletricas, solar, biomassa, marés, geotermica. O combustivel do(s) navio(s) do Greenpeace? Não sei, mas deve ser o combustivel normalmente usado nesses tipos de embarcações, nao? (diesel?)Qual o tipo de combustível do navio do Greenpeace?

Feb 4
Lord Cyrus
Nao vi o documentario, mas está claro que faz parte da estratégia dos 'deniers' para manter as coisas como estão e garantir os lucros das empresas e políticos de sempre.Os entrevistados (pelo que eu vi) são cientistas de grande nome e negam qualquer afiliação com empresas no próprio documentário.Não digo que concordo ou discordo, mas acho que vale assistir o documentário antes de julgá-lo: http://br.youtube.com/watch?v=1JCVjg7H94s

Feb 5
Jorge
Meu caro, esse documentário já foi devidamente esculachado e desautorizado por inumeros cientistas e quetais. E muitos dos que dele participam estão sim na folha de pagamento de grandes corporaçoes petroliferas e afins. Pesquise e confira...

Feb 5
Marcelo
Jorge, obrigado pela atenção!Bom, eu discordo de ti em alguns pontos.As usinas nucleares são as mais baratas. Têm um maior custo de criação, mas ao longo dos anos, é compensado pela abundante e barata geração de energia.Sujas elas são sim, mas menos que uma hidrelétrica ou termelétrica, os tipos dominantes no planeta. Porém, a sujeira delas fica guardada em tambores. E, a cada dia que passa, o controle sobre o lixo nuclear é mais rígido. Em parte, pelo ótimo trabalho do Greenpeace.Perigosas? Não mais. As novas usinas tem um eficiente sistema de proteção, baseada em reatores com deutério, aonde é impossível (e, não apenas improvável) acidentes como os de Three Mile Island e Chernobyl, que utilizavam um sistema antigo.Não é que depois de Chernobyl não tenha havido acidente grave. Não houve acidente. Ficou confusa a parte aonde diz que a tecnologia não seja interessante para a humanide. Creio que se refira somente à obtenção de energia elétrica através da fissão de átomos pesados, pois tecnologia nuclear engloba muitas outras tecnologias, tal como radioterapia.O problema das energia eólica, solar, geotérmica e mares é o custo/benefício. Elas geram muito pouca energia. Um problema adicional da Geotérmica é que estaremos desequilibrando as correntes de convecção do núcleo terrestre, não? A longo prazo, é claro.O uso de biomassa gera poluentes e intensificadores do efeito estufa e das ilhas de calor.Já as hidrelétricas, estão entre as maiores vilãs. Mais ainda do que as nucleares. Para a implantação de uma usina destas, é necessário o represamento de um rio, que destrói fauna e flora locais, além de muitos sítios arqueológicos (patrimônios históricos da humanidade). Sem contar que elas alteram o ciclo da água no local, criando um microclima alternativo.No sudeste, o potencial hidrelétrico já utilizado ultrapassa 90%. Então, não é possível instalar usinas destes tipo nesta região.

Feb 5
Marcelo
Sobre o Navio do Greenpeace, acredito que seja o Diesel mesmo...Diesel é um dos maiores poluentes, mais do que a Gasolina.

Feb 5
* E * l * i *
eu sei que não é lugar pra debetes aqui...mas... basta ficar numa praia de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte ou Ceará pra ver o quanto é desperdiçado de energia eólica... é limpa e se renova sozinha, de graça... é só "plantar" os cataventos... rs...Marcelo, que tal vc criar um tópico sobre energia?


S2~*Índia
Vilãs hidreletricas do rio madeira
[http://www.agenciabrasil.gov.br/grandes-reportagens/2007/06/14/grande_reportagem.2007-06-14.8148844643]Jorge, seria mto interessante vcs se interarem dos acontecimentos leia essa reportagem, veja o vídeo onde falar das comunidades, impactos, malaria e expansão da soja...Quanto aos ribeirinhos, Furnas construiu uma casa de farinha para os moradores da cachoeira de Teotônio como uma outra fonte de trabalho para os pescadores da região, no momento não tenho as fotos da péssima infra estrutura de tal casa de farinha (mas vou tentar conseguir com alguém de lá) uma vergonha, sinto que vão repetir a historia da Usina de Samuel. No áudio e vídeo falam dos peixes que construíram corredores para a passagem deles, eu já estive nesse rio na época da piracema, lindo espetáculo da natureza... os peixes de todos os lados em toda a largura do rio saltando para subir a correnteza, milhões de peixes fazendo seu percurso natural, este ano espero poder ir novamente nessa cachoeira na época da piracema e registrar...Minha grande preocupação é a expansão da soja devido torna-se navegável o rio madeira ate o Estado de Mato Grosso. Sem falar que estava prevista a iniciaçao da obra para 2012, mas o foi antecipada...

Feb 6
Jorge
Marcelo
Duas coisas:As usinas nucleares não são mais baratas - nunca foram e provavelmente nunca serão. A não ser que vc contabilize os pesados subsídios governamentais que TODAS ganham para que o projeto vingue. Não há, no mundo, uma só usina nuclear construída com dinheiro 100% privado. Nenhuma. O preço inicial de uma usina (com subsídios, claro) pode até ser menor do que um projeto de eolica ou solar, mas como TODOS os projetos atrasam anos e o orçamento estouram em várias vezes (vide o que ocorre atualmente na Finlandia), o custo nao compensa.Quer dizer, compensa sim, para militares e alguns poucos empreiteiros. Disse Oppenheimer, pai do projeto Manhattan, que nos deu a bomba atomica: Não existe uma tecnologia nuclear para fins pacíficos e outra para fins militares. As duas são a mesma coisa. Talvez por isso contem com tanto subsídio governamental...E sobre os rejeitos atomicos. Não existe até hoje um só projeto estabelecido definitivo para eles. Todos os que funcionam hoje são provisórios. Na década de 1970, jogavam tambores de rejeitos radioativos nos fundos dos mares, o GReenpeace denunciou e conseguiu a proibição disso. Depois pensaram em enterrar tudo no centro da TErra, disparar para o espaço e até bombardear o sol com tambores de rejeitos nucleares. Agora, pensam em enterrar em montanhas. A irresponsabilidade desse pessoal não tem fim. Basta dizer que no ano passado pensaram em construir uma usina nuclear na ilha de Java, uma das mais atingidas por terremotos no mundo (tem o maior indice de abalos sismicos do planeta) e terra de muitos vulcões, vários deles ativos. Alias, a usina indonesia seria construída justamente ao lado de um vulcão - adormecido, não extinto.Por essas e outras mais essa tecnologia para geração de energia não compensa. Um só acidente poderá causar problemas demais à humanidade. Não quero pagar pra ver.

Feb 6
Jorge
Outra coisa: há estudos feitos na Europa que mostram que populações que vivem proximas a usinas nucleares têm maior indice de cancer. Vai uma usina nuclear no quintal da sua casa?Os defensores de usinas nucleares voltaram à carga com o agravamento do aquecimento global, mas eles sabem no intimo que isso nao vai resolver nada, porque seria preciso construir dezenas de usinas em tempo recorde para substituir termeletricas a oleo, ao custo de bilhoes e bilhoes de dolares. Em uma palavra: impossível.Meu caro, os interesses por trás dessa tecnologia sao varios, mas nenhum deles vai ajudar a gente a ter uma vida sustentavel. Ah, sim: uma usina em geral tem que ser desligada e desmontado em cerca de 50 anos - um pouco mais, um pouco menos. Temos hoje 400 usinas ou pouco mais em funcionamento no mundo. Quando todas elas forem desligadas, em cerca de 20 anos, pra onde vai todo esse lixo atomico? É justo os governos do mundo enterrarem mais bilhoes de dolares em usinas que geram uma energia tão nociva ao meio ambiente?Aproveito para deixar aqui um artigo do professor José Lutzenberger, um dos ícones do ambientalismo brasileiro, sobre usinas nucleares. É um manifesto anti-nuclear da década de 1970, mas que é valido pros nossos dias. http://escriba.org/novo/?p=1125

Feb 6
Jorge
Fontes renovaveis tem um custo beneficio baixo hoje porque nao contam com incentivos - ou contam com poucos incentivos. Mas isso tá mudando...Olha só esse mega-projeto em energia renovável solar... http://www.angelnexus.com/o/web/3905

Feb 6
Júnia
Sobre transgênicos,
essa é uma grande ameaça q já se instalou, infelizmente.O q é preciso de fato é fazer o q estão fazendo, informar, sabermos o q comemos.Não consigo entender como agricultores podem se sentir beneficiados por comprarem sementes híbridas, para sempre desde agora...Nunca mais poderão ter uma colheita das sementes anteriores, terão q ir em alguma "casa boa do ramo" para adquiri-las, mediante cadastro e coisa e tal.Uma mega semente, resistente a tudo (???),e q não faz nenhum (???) mal.O q está acontecendo com o celeiro do mundo?Assim o Brasil era chamado antigamente.Sei de inúmeras fazendas q são arrendadas por fortunas no norte do país para q nada plantem; sendo nossa soja competitiva, com boas safras e ainda livre da transgênia,seria um concorrente terrível para essas empresas alimentícias mundiais.Talvez o incentivo à plantações e cultivo já, de sementes ainda não modificadas geneticamente, seria uma das providências;ONGS q bancassem esse plantio, por exemplo.Nós temos um organismo programado para digerir determinadas substâncias;o organismo é inteligente, e vai perceber q a soja q ele assimilava está alterada e assim por diante.A questão é, estamos dando tempo para essa assimilação?O q de fato estão oferecendo à humanidade,é bom pra quem?Parabéns ao Greenpeace pelas conquistas , bravas conquistas!!!

Feb 6
Jorge
Junia
É bom pra Monsanto, pra Syngenta, Bayer, Dow, Basf, Dupont...

Feb 6
ॐAmauri...Jrऒ
um grupo inócuo que não acaba com nada...

Feb 6
Lillian
ॐAmauri...Jrऒ, gostaria de saber a quem vc se referequando diz:"um grupo inócuo que não acaba com nada..."Por favor, esclareça.Obrigada.

Feb 6
Jorge
Amauri Jr
Vc poderia compartilhar conosco seus pensamentos sobre esse 'grupo inócuo que não acaba com nada'?

Feb 6
Lillian
ॐAmauri...Jrऒ, se você deseja fazer alguma pergunta para o entrevistado, faça com respeito. Nã trata-se de um debate e sim de uma entrevista.Por favor, leia as regras da comunidade e das entrevistas. Espero que as entenda, caso contrário seus posts serão deletados.Obrigada


Feb 7
Jorge
tá tranquilo, Lillian... Gostaria mesmo de saber quais sao os argumentos do rapaz...

Feb 7
* E * l * i *
não falei que o moço não tem medo?

Feb 7
Jorge
medo eu tenho vários. De ver o Arthur Virgilio ou o Jorge Bornhausen presidente do Brasil, por exemplo... :)

Feb 7
ॐAmauri...Jrऒ
Jorge
Desculpe...não vi que era uma entrevista mas qual é a meta do Greenpeace hoje?

Feb 7
Jorge
Amauri Jr.
Sem problemas, segue o jogo.Depende do que vc entende como metas. Eu diria que, em ultima instÂncia, o Greenpeace gostaria de ver mais respeito pelo meio ambiente, consumo responsável dos recursos do planeta, e conscientização das pessoas de que se não tomarmos conta de nossa casa, ela será um lugar muito desagradável para se viver. A promoção de um desenvolvimento sustentável e ambientalmente correto é fundamental para garantir às pessoas - principalmente do mundo em desenvolvimento - uma boa qualidade de vida.Em linhas gerais acho que é isso...

Feb 7
* E * l * i *
chefa, posso só fazer um comentariozinho?se não puder, deleta... rs...Jorge, "Arthur Virgilio ou o Jorge Bornhausen presidente do Brasil" não é medo, é paranóia... o primeiro, no próprio estado, teve menos de 4% de votos... e... é só começcar a campanha pra estourar o lance da prostituição infantil... o segundo, com aquela simpatia toda, não tem nem 5% do total de votos...

Feb 8
Cleo
e eu q encontro o AV aqui no meu bairro, no super, na locadora, na farmacia !!! tenho medo dele...ah, tenho...

Feb 8
Jorge
hehehehe, vc tem razão, Eli. O 'vampirão' é uma ameaça mais real... cruz-credo!

Feb 8
Jorge
pro pessoal se divertir, eis o trailer do novo filme do Will Smith, que traz uma 'homenagem' ao Greenpeace no final... :)http://escriba.org/novo/?p=1431

Feb 10
Marcelo
Eli, sou membro esporádico daqui. Não venho com frequência.Não seria justo abrir um tópico e abandoná-lo.E, também, não tenho grandes conhecimentos sobre energia.Jorge, as usinas nucleares tem um complexo sistema de segurança. Diga-se de passagem, caro. Sem esses investimentos, ela seria muito mais barata que qualquer outra fonte. Mas, o custo compensa, para que evitemos problemas. Ou seja, ela sai cara para evitar os acidentes que tu teme. Não dá para fazê-la hiper barata e segura. Aí, você estará sendo incoerente.Os projetos de construções de usinas costumam atrasar por causa de radicais que se acorrentam à portões de usinas, mundo afora (sim, aquilo vai ser uma mancha no currículo do Greenpeace, foi uma baita duma cagada!). Não conseguindo ganhar através de métodos políticos e sociais, apelam para o uso da força.Sabia que as sondas espaciais Voyager, enviadas na década de 70, ainda funcionam? Eu fui descobrir estes dias que eles têm reatores nucleares. Elas já saíram da zona de influência do Sol, ou seja, a energia térmica do sol é tão baixa quanto a de uma estrela no nosso céu.O lixo nuclear é o único problema desta tecnologia, seja para produção de energia elétrica, seja para pesquisas científicas, seja aplicações médicas. Condenar a produção (termo que soa estranho, já que não há produção, de fato, da energia) de energia nuclear por causa disto, é condenar muitas outras áreas. Devemos resolver o problema do lixo, como seres sociais, e não temê-lo, como seres irracionais.Há a possibilidade de refinamento do lixo, mas isto gera como sub-produto o plutônio, que só conheço fins bélicos para este. Aí, entra novamente o medo irracional. O cara acaba produzinfo plutônio, ele vai matar pessoas por causa disto? Um químico sabe produzir ácido, ele vai derreter pessoas por causa disto?


Marcelo
Um acidente pode ser muito danoso, mas a nova tecnologia é virtualmente impossível ocorrer, já que ela é baseada em 'moderadores' (aliás, qualquer uma é, mas esta simplesmente retira o moderador se a usina começar a apresentar mal funcionamento). Sem estes moderadores, a reação de fissão simplesmente não ocorre."há estudos feitos na Europa que mostram que populações que vivem proximas a usinas nucleares têm maior indice de cancer. Vai uma usina nuclear no quintal da sua casa?"Desconheço estes estudos. E, sua confiabilidade.Podes aprensentar algo??Concordas que elas são as menos poluentes? Todo o lixo gerado por ela fica confinado em tambores de chumbo.Filosoficamente, nenhuma tecnologia atual resolverá os nossos problemas de vida sustentável. Sempre haverá demanda por energia.Dizes que a tecnologia nuclear é nociva ao meio ambiente. Pode citar quais os danos?Sabia que a biomassa no fundo das reservas alagadas para hidrelétricas contribuem, e muito, com o efeito estufa?Chama-se de fontes renováveis aquelas que, à priori, causam poucos danos. Mas, uma usina eólica de grandes proporções é capaz de alterar o ritmo dos ventos de uma região a tal ponto que transforma o clima local. Ou seja, energia éolica é limpa, pois não gera detritos, mas polui.

Feb 10
* E * l * i *
MarceloEli, sou membro esporádico daqui. Não venho com frequência.Não seria justo abrir um tópico e abandoná-lo.E, também, não tenho grandes conhecimentos sobre energia.respondendo por partes: particularmente, acho bobagem o autor do tópico se preocupar em ficar sendo mestre de cerimônias do tópico... ou mesmo coordenador ou orientador... depois de criado, um tópico é ad comuniadde, não é do "dono"... rs... sendo assim, vc não vai abandoná-lo... rs...decida-se... vc diz que não tem grandes conhecimentos sobre energia... mas não é o que parece... não esconde o jogo, vai...ops... tá vendo pq precisa de um tópico?aqui não é lugar pra outro papo que não a entrevista!então, nem posso discordar de vc...se eu entendesse alguma coisinha de energia, abriria o tópico...

Feb 11
Marcelo
Eli, não conheço muito mesmo... minha área é outra. Sou matemático.Cheguei a conhecer um dos responsáveis por Angra3, por isso que vim aqui. Um físico dos mais admiráveis que já conheci, como pessoa e como físico.Vou pensar em algo, mas adianto que não sou muito bom em criar tópicos.Bom, já estou tumultuando também... paro por aqu!

Feb 11
Lillian
Peço aos foristas que evitem conversas paralelas.Obrigada.

Feb 11
Jorge
Marcelo
Entendo seu ponto de vista, que é identico ao dos que defendem o uso de fontes nucleares para a geração de energia, mas discordo veementemente. Usinas nucleares nao valem o preço. Estou sem tempo aqui agora, mas seguem alguns links que podem responder suas duvidas:* Estudo feito pela Universidade de Mainz, da Alemanha, sobre o risco elevado de crianças contrairem leucemia por morarem perto de usinas atomicas - http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI2136400-EI298,00.html* Estudo encomendado pelo Greenpeace que desmascara o mito de que usinas nucleares são limpas - http://www.greenpeace.org/brasil/nuclear/noticias/energia-nuclear-livre-de-emiss* Finlandia e Reino Unido caem na real e admitem que usinas nucleares nao sao a resposta para o aquecimento global - aqui (http://www.greenpeace.org/brasil/nuclear/noticias/finl-ndia-admite-nuclear-n-o) e aqui (http://www.greenpeace.org/brasil/nuclear/noticias/reino-unido-cai-na-real-energ)* Relatorio Aspectos Economicos da Energia Nuclear mostra que usinas atomicas não sao viaveis economicamente. O estudo, encomendado pelo Greenpeace concluiu que a construção de uma usina nuclear pode ultrapassar em 300% seu orçamento inicial e, em média, leva quatro anos a mais para sre construída do que o planejado - http://www.greenpeace.org/brasil/nuclear/noticias/ind-stria-nuclear-n-o-e-viavel( e isso não se deve a protestos legitimos de ONGs como o Greenpeace e sim por erros no projeto, dependencia deles em subsidios governamentais e custos subestimados - para conseguir justamente esses subsidios com maior facilidade).* Agencia da ONU que fiscaliza usinas nucleares nao tem dinheiro para evitar furtos e desvios de material nuclear - http://www.greenpeace.org/brasil/nuclear/noticias/falta-de-recursos-coloca-em-ri(SEGUE)

Feb 11
Jorge
* Um decreto religioso (fatwa) evitou que fosse construida na Indonesia uma usina nuclear proxima a um vulcao adormecido (nao extinto, veja bem), e numa regiao de maior indice de abalos sismicos (terremotos) do mundo. Irresponsabilidade pouca é bobagem... - http://www.greenpeace.org/brasil/nuclear/noticias/decreto-religioso-pode-livrar* Quer dizer que o 'único' problema é a falta de solução para a destinação final do lixo nuclear?? 'Único'?? O que fazer com as toneladas de lixo nuclear (combustivel e os próprios prédios das usinas) que teremos quando diversas usinas hoje em atividade tiverem que ser desligadas e descomissionadas? Se não há plano definitivo, significa que tudo será armazenado PROVISORIAMENTE, correto? ISso é uma puta bomba-relógio... Já tentaram colocar esses 'inofensivos' tambores no fundo do mar, pensaram em bombardear o sol com eles e agora pensam em enterrar tudo em montanhas. Em 500 anos de hipotetica cultura nuclear, onde mais depositarão lixo nuclear? Na Lua? * Artigo do professor José Lutzenberger, de 1976, em que explica o motivo pelo qual devemos evitar a todo custo a aventura nuclear. O texto tem mais de 30 anos e ainda assim mantem-se atual como nunca - http://escriba.org/novo/?p=1125

Feb 13
Marcelo
Jorge, não quero ser indelicado, mas cobrarei honestidade de tua parte.Dois links não funcionaram. E, os outros, eram notícias ou comentários de notícias sobre estudos e outros.Retórica, eu também sei.Você leu algum estudo daqueles?Se leu, manda ele para mim.

Feb 14
Jorge
Marcelo, li a maior parte dos estudos, estao disponiveis na internet, em materias e sites de institutos. Conhece o Google?

Feb 14
Lillian
MARCELO, provavelmente, os links que não funcionam é porque estãoentre parênteses. Basta tirá-los para que funcionem.Obrigada.

Feb 14
Jorge
é verdade, os parenteses quebraram os links. Entao, pra resovler, bastar clicar neles, e na barra de endereços apagar os parenteses do inicio e fim, blz?qq problema, avisem!foi mal ae


Marcelo
Jorge, conheço o Google, conheço o Yahoo, conheci o finado Cadê, o aonde, o geocities... conheci alguma coisa da história recente da internet. Acompanhei a mudança nos paradigmas de vários sistemas de busca. Antes, apenas uma busca burra, agora, com elementos de IA.Bom, os links, não irei ler. Não são estudos. São resenhas. Aonde estão os estudos?Por hora, ainda confio nas palavras do meu professor de física, um dos caras responsáveis pelo andamento de Angra 3.

Feb 15 (7 days ago)
Jorge
Marcelo
Resenhas são introduções aos estudos. Pega o nome do estudo lá e pesquise. Em alguns casos, o próprio estudo está com PDF para download. Se a preguiça prevaleceu, nada posso fazer. O fato é: o novo hype da energia nuclear é jogo pesado, que mistura bilhões de dólares e interesses militares. de resto, um abraço..

Feb 15 (7 days ago)
Marcelo
Admito minha falha. Em um dos links havia a indicação de um paper: "A Report Prepared for Greenpeace International by Stephen Thomas, Antony Frogatt, Peter Bradford and David Milborrow".Re-faço a pergunta: Leu-o ?Vou ler o mais rápido que conseguir e, volto a comentar sobre eles.Mas, antes, porque a fobia? Vejo que teme o uso militar dela.Sou pesquisador na área de robótica e, não fiquei muito feliz quando fizeram um robô capaz de entrar em um cenário de guerra e incapacitar mais soldados adversários que um humano poderia fazer, isso sem gastar vidas do próprio exército. Mas, não acho que seja por este motivo em específico que devo parar as minhas pesquisas. Não concorda?Caramba, os textos que eu vi do Greenpeace, eram só 'textos'... =]

Feb 16 (6 days ago)
Jorge
Vc por acaso insinua que um estudo e/ou relatório encomendado pelo Greenpeace ou qualquer entidade da sociedade civil tem MENOS credibilidade do que se fosse pedido por uma grande empresa ou órgão governamental? A imprensa pensa assim....O estudo sobre a incidencia de câncer em crianças que vivem proximas a usinas nucleares NAO foi encomendado pelo Greenpeace, por exemplo... e aí? Aí vale? Não vale?O uso de robôs em guerras pode salvar a vida de alguns soldados, mas também matar muitos outros, não?E a energia nuclear está intimamente ligada à industria nuclear. Como bem disse Oppenheimer, não existe uma energia nuclear para a paz e outra para a guerra, as duas são a mesma coisa, nasceram da mesma raiz....

Feb 17 (5 days ago)
Marcelo
Jorge, eu não estou insinuando nada!Você é que está. Diz que qualquer um que pesquise energia nuclear, é um cara maléfico e que quer dominar o planeta. É isso que se infere de suas respostas.Não aja como um 'radical verdinho'. Parece que se eu citar uma pesquisa da Monsanto, você vai dizer que ela é fraudada e, mentirosa, não?Um estudo independente tem mais credibilidade que um estudo encomendado, seja por quem for, em minha opinião. Refaço a pergunta: Você leu o estudo?A ciência é una. A finalidade dela pode ser boa ou ruim, seja qual pesquisa for. Nitroglicerina é usada em pacientes com problemas cadíacos como vaso regulador (não lembro se constritor ou dilatador) ou, pode ser utilizada como explosivo militar.Microondas pode ser utilizada para esquentar leite no café-da-manhã ou, derrubar aviões inimigos, fritando-os no ar (por falar nisto, a morte por microondas é uma das mais dolorosas... a água do seu corpo ferve e, você morre queimado com seus próprios líquidos).E que tal Fenergan? Pode servir como anti-histamínico, mas também como droga capaz de fazer 'lavagem cerebral'.Enfim, inúmeros exemplos. A Tecnologia Nuclear é assim também. O uso dela pode ser bom ou não. Podemos usá-la para para obtenção de energia elétrica e cura de câncer (radioterapia), ou usá-la para causar câncer e dizimar milhões de pessoas.Você não está contra as usinas nucleares, está contra a tecnologia nuclear. Não será isto apenas medo infundado propagandeado pela mídia alternativa que, de isenção e imparcialidade tem o mesmo que as tradicionais?

Feb 17 (5 days ago)
Jorge
Sou radical sim, Marcelo, eu e mais uma penca de outros, que lutam dia sim, outro também para evitar que gente com a sua cabecinha destrua o mundo pelo simples prazer de mostrar a seus pares que consegue fazer isso. Gente como o pessoal da Monsanto, que cria seres vivos geneticamente modificados e os solta na natureza pensando apenas em seus lucros, como toda boa corporação. Se for preciso mentir e produzir relatórios fakes, eles farão isso - como já fizeram no passado. Conhece a historia do hormonio de crescimento que a empresa inventou? Pois é...A energia nuclear nasceu de um sonho de guerra que se mantém nos dias de hoje. O uso dessa tecnologia para gerar energia é o que transforma nosso planeta numa imensa bomba-relógio. O professor Lutzenberger, no seu artigo de 1976, expos como ninguém o que significa tirar esse monstro da cartola. Sei que vc tem preguiça de pesquisar na internet, mas se sobrar um tempinho, faça isso. Talvez o ajude a ser menos 'técnico' ...

Feb 17 (5 days ago)
Jorge
radioterapia é uma coisa, uma usina nuclear é outra bem diferente, Marcelo - e vc bem sabe disso. Me diga uma coisa: quando as 470 usinas nucleares em operação hoje encerrarem seu ciclo, o que se fará com elas? Pra onde vai todo o lixo nuclear - restos de combustível e todo o edifício, que terá que ser desmontando e descomissionado?

Feb 17 (5 days ago)
* E * l * i *
ciência, técnica, tecnologia não são neutras, né?

Feb 17 (5 days ago)
Marcelo
"Sou radical(...)para evitar que gente com a sua cabecinha destrua o mundo pelo simples prazer de mostrar a seus pares que consegue fazer isso"Ora, ora... botaste as asinhas de fora!Agora, eu sou o cara mal, que quer destruir o mundo.Parabéns, ganhou o meu desprezo!!Antes, vale comentar uma contradição tua:"radioterapia é uma coisa, uma usina nuclear é outra bem diferente, Marcelo - e vc bem sabe disso. ""E a energia nuclear está intimamente ligada à industria nuclear. Como bem disse Oppenheimer, não existe uma energia nuclear para a paz e outra para a guerra, as duas são a mesma coisa, nasceram da mesma raiz....De fato, eu sei disto. Você é que não sabe, como bem declarou em sua mensagem anterior.Por fim, fica aqui a minha indignação. Não conheci alguém do Greenpeace capaz de sustentar os seus argumentos de forma racional, apenas da mesma forma que faz um comunista panfletário ou fanático religioso. Defendes com fé e ignorância o que pensas.Parabéns, novamente. Aí está o risco de ser extremista, seja em qual extremo estiver. O Greenpeace contemplou o abismo e, o abismo contemplo o Greenpeace... mudam os objetivos e fins, mas não os métodos e os meios. Creio que sejam igual àqueles que perseguem. Sua mensagem veio para confirmar a minha crença.

Feb 17 (5 days ago)
Marcelo
ELI, a ciência é amoral, desprovida de valores éticos.Nós dizemos o que está certo e o que está errada nela. Hoje, fazer pesquisas com células tronco, para alguns é um desrespeito tremendo, para outros, é a possibilidade das curas de suas doenças.Eu tenho conhecimento para produzir o sistema que controla mísseis teleguiados. Por que motivo deveria fazê-lo?Penso que devo aplicar (e, sair dos domínios teóricos da ciência) o que sei em outras áreas, como robótica evolutiva. Creio que é muito mais interessante um robô em nossas casas nos auxiliando nas mais variadas tarefas, do que um míssil que tenha uma excelente precisão. Porém, ambos usos saem da Inteligência Artificial.


Feb 17 (5 days ago)
* E * l * i *
Aprendiz de feiticeiroJosé Lutzemberguer no livro "Fim do Futuro?, 1976O dogma da necessidade do crescimento constante tem levado a. extrapolações estatísticas absurdas, como a da continuação indefinida da duplicação, cada dez ou cada sete anos, do consumo de energia. Em base a este tipo de extrapolação, para cuja realização na prática se movimenta uma publicidade que nos incita a um uso cada vez mais esbanjador de energia, surgem, então, planejamentos ainda mais absurdos, como o de querer semear, nos próximos quinze anos, um total de quase cinqüenta usinas atômicas em um pequeno país de 250.000 km, como é o caso da República Federal da Alemanha.Aqueles que têm interesse nesta proliferação nos apresentam a energia nuclear como a energia do futuro, a energia mais abundante e mais limpa, mas silenciam seus incríveis custos ambientais e fazem o possível para desinformar-nos a respeito. Se é verdade que das chaminés das centrais nucleares não sai a fumaça preta das usinas a carvão, é também verdade que estas usinas,produzem os mais temíveis e indestrutíveis dos poluentes. Uma poluição para cuja percepção nosso organismo nem órgãos de sentido têm. Enquanto a Natureza nos deu olfato para distinguir gases fétidos de agradáveis aromas, olhos para constatar beleza e contrastá-la á feiúra é á desordem, ouvidos para sentir harmonias e distingui-Ias da cacofonia e do barulho, uma pele capaz de notificar-nos se as temperaturas são propícias ou perniciosas, ela não nos forneceu nenhum instrumento que nos permitisse dar-nos conta se nos encontramos ou não em ambiente infestado de radiação. Isto não estava previsto! A radiação ionizante em ambiente vital é insídia inventada pelo Homem.

Feb 17 (5 days ago)
* E * l * i *
A proliferação atômica, tanto em sua fase guerreira como na fase dita pacífica, ambas complementando-se perfeitamente, constitui o maior perigo que o Homem e a Natureza já enfrentaram. Incidindo sobre o mecanismo hereditário dos seres vivos, a radiação ionizante afeta e altera o código genético. Quando isto acontece em células somáticas (as células dos tecidos do corpo) pode levar ao câncer ou à leucemia; nas células germinais (as células que servem à reprodução da espécie) causa mutações. Destas, as mutações subletais (as que não matam o ser em formação) são quase sempre recessivas e ficam incorporadas ao capital genético da espécie. Os estragos, deformações ou deficiências hereditárias podem aparecer até muitas gerações e milhares de anos depois. Assim, quando contaminamos o ambiente com radiações ionizantes, prejudicamos não somente os que hoje vivem, mas condenamos também gerações futuras que nada têm a ver com nossas motivações atuais.A exploração da energia nuclear, desde sua fase de mineração até o lixo atômico, o que, além das usinas propriamente ditas, inclui as usinas de enriquecimento do urânio e a refinação do material físsil usado, contamina o ambiente com elementos radioativos, alguns dos quais com meia vida de milhares de anos. Este é o caso do plutônio. Sua meia vida é de 24.400 anos. Isto quer dizer que um quilo de plutônio leva 24.400 anos para desintegrar-se a ponto de sobrar meio quilo, mais 24.400 anos para reduzir-se a um quarto de quilo, outro tanto para que sobrem apenas 125 gramas e assim por diante. Para que um contaminante radioativo no ambiente se reduza a um milionésimo da quantidade inicial são necessárias cerca de 20 meias vidas. No caso do plutônio, pouco mais de 500.000 anos! Se a quantidade inicial era mui o elevada, isto pode não ser suficiente. Uma tonelada de plutônio, após meio milhão de anos deixará ainda um gramo.

Feb 17 (5 days ago)
Marcelo
Mais uma que, ao repassar sua mensagem, fiquei revoltado."A energia nuclear nasceu de um sonho de guerra que se mantém nos dias de hoje"Demonstras total ignorância da história da ciência.O projeto Manhattan não foi o descobridor da divisão do átomo. Isso se deu por pesquisas de nobres pesquisadores.O projeto Manhattan utilizou estes conceitos. Durante muito tempo, fui contra o projeto, até descobrir que Hitler também pesquisava armamentos nucleares... era questão de tempo até ele conseguir. O primeiro que fizesse, ganharia. Prefiro a história do modo como está.

Feb 17 (5 days ago)
* E * l * i *
O plutônio, elemento criado pelo Homem, antes inexistente na Natureza, é a substância mais fulminantemente tóxica (radiotóxica) que nossa despreocupada espécie já teve em mãos. Poucos quilos, uniformemente distribuídos na atmosfera, seriam suficientes para acabar com toda Vida da Terra. Existem já mais de 100 toneladas de plutônio. Em 1980 seriam quase 400 toneladas e no ano 2000 teríamos alguns milhares. Mas também os poluentes radioativos de meia vida relativamente curta, como o estrôncio 90, que se concentra através das cadeias alimentares e consegue assim instalar-se em nossos ossos, especialmente nos ossos das crianças, tornando-nos radioativos por dentro, tem ainda uma duração absolutamente intolerável. Com sua meia vida de aproximadamente 27 anos, ele necessita de mais de 500 anos para deixar de molestar-nos.Pela introdução de elementos radioativos na Ecosfera asseguramos que, além dos estragos devidos à radiação atual, e que já são a longo prazo quando são de natureza genética, sejam causados sempre novos danos através de centenas, milhares e centenas de milhares de anos, quando não milhões de anos, pois os elementos radioativos difundidos continuarão agindo, para causar sempre novos problemas imediatos e retardados.

Feb 17 (5 days ago)
* E * l * i *
Também aqui, argumentam os tecnocratas que as concentrações rotineiramente introduzidas no ambiente pela tecnologia nuclear são desprezivelmente baixas. Como no caso dos aditivos químicos e dos resíduos de pesticidas na alimentação, dos efluentes ou emissões industriais, a argumentação apoiada nas definições de doses mínimas permissíveis é falha quando não tendenciosa. O câncer começa a nível molecular. Um só fóton de radiação ionizante, incidindo no lugar certo do código genético, uma só molécula de substância ionizante ou um só vírus podem desencadear o câncer, podem causar a mutação, formando o gen defeituoso que circulará no capital genético por milhares de anos. Esta argumentação, portanto, é algo assim como se a policia coibisse apenas o uso de canhões e metralhadoras pelo público mas não visse inconvenientes na diversão com revólveres, pistolas e adagas.O leigo se imagina muitas vezes que serão certamente encontradas técnicas, ainda não suspeitadas, para resolver os problemas da radioatividade. Mas a Ciência não só nos abre novos horizontes, ela também nos diz de impossibilidades fundamentais. Quando mexemos com o átomo, estamos mexendo com mecanismos básicos da estrutura do Universo. Podemos produzir plutônio, podemos até consumi-lo no reator, mas nunca conseguiremos recuperar o plutônio disperso, da mesma maneira que não podemos recolher o DM que se encontra nos oceanos e jamais eliminaremos a radiação dos elementos radioativos ou poderemos alterar-lhes a meia vida. Com a tecnologia nuclear colocamo-nos na posição da figura da fábula que destapou a garrafa que continha o espírito...

Feb 17 (5 days ago)
* E * l * i *
Podemos e devemos cometer erros para aprender, mas há um tipo de erro que devemos evitar a todo custo, o erro irreversível. Uma central nuclear de 1000 MWa, que é a ordem de magnitude prevista para as centrais do futuro imediato, produz, em um ano de operação normal, material radioativo com poder de radiação de pelo menos mil bombas de Hiroshima. Uma pequena parte deste material contamina diretamente a atmosfera e os corpos d'água, saindo pelas chaminés (por isto as usinas nucleares tem chaminés tão altas) e na água de refrigeração, assim como pelos vazamentos inevitáveis em toda maquinaria complexa.A maior e mais perigosa parte do material radioativo é a que sobra na reciclagem do combustível usado. Esta é a parte que constitui o lixo atômico propriamente dito. A reciclagem é feita em usinas especiais, mais vulneráveis ainda a panes, acidentes, sabotagem ou terrorismo que as centrais. Uma vez que estas instalações se destinam ao atendimento de várias centrais, é multiplicado o acúmulo de material altamente pernicioso. Este lixo é tão radioativo que só pode ser manipulado por r controle remoto e a custos extremos. É armazenado em forma líquida ou solidificado e mantido em depósitos especiais para ser depois colocado em minas de sal, injetado em estratos geológicos profundos e mesmo em abrigos de superfície. Alguns pretendem levá-lo aos gelos da Antártida. Durante certo tempo foi jogado às partes mais profundas dos oceanos mas, quando os oceanólogos demonstraram que também estas partes abrigam muita vida e que suas águas estão em circulação e intercâmbio com as demais, esta prática foi proibida por acordo internacional, mas não há controle suficiente. Outros pretendem mandar os resíduos ao espaço, injetando-os em órbita de mergulho solar. Demonstram assim sua fé cega na infalibilidade tecnológica e incapacidade de compreender as ordens de magnitude logo alcançadas. Onde estão os foguetes absolutamente á prova de pane?

Feb 17 (5 days ago)
Marcelo
"A radiação ionizante em ambiente vital é insídia inventada pelo Homem"Erro! Existiram reatores nucleares naturais.Vide matéria da Scientific Americam: "Mecanismos de um reator nuclear naturalHá 2 bilhões de anos, partes de um depósito de urânio na África sofreram fissão nuclear espontânea. Os detalhes desse fenômeno notável só agora são esclarecidos. " http://www2.uol.com.br/sciam/reportagens/mecanismos_de_um_reator_nuclear_natural.html

Feb 17 (5 days ago)
* E * l * i *
A própria NASA, com todo o cuidado, não consegue evitar a incineração de astronautas na plataforma de partida. A escalada prevista exigiria, já no ano 2000, vários foguetes diários. O problema do lixo nuclear, nas ordens de magnitude que já tem e que ainda se preparam, é insolúvel.As centrais e demais instalações complementares, ao se tornarem obsoletas, após 15, 20 ou 30 anos, constituirão ruínas radioativas, só desmontáveis com complicados e gigantescos mecanismos de controle remoto e a custos absolutamente proibitivos. As centrais até hoje abandonadas não foram desmontadas. Onde colocar os entulhos? Se não forem desmontadas estarão garantidos sérios desastres para incautos e arqueólogos até no mais remoto futuro.O funcionamento normal das centrais nucleares e das instalações complementares significa tremendos riscos, diante dos quais são insignificantes todos os riscos tecnológicos até hoje incorridos. Conforme a densidade demográfica e as condições meteorológicas, uma pane ou um ato de sabotagem ou terrorismo poderão significar morte imediata e retardada de até milhões de pessoas sobre imensos territórios e através de intermináveis períodos de tempo. Apesar disto e apesar dos crescentes protestos populares, insiste-se ainda em construir centrais junto a grandes centros urbanos. Entre nós não faltam os políticos e administradores desavisados que reclamam centrais para sua cidade ou estado.Os interessados insistem que têm absoluto controle da situação, que não haverá defeitos técnicos e erros humanos e que saberão evitar sabotagem e defender-se contra o terrorismo. Apresentam-nos estudos como o Relatório Rassmunsen que nos dão probabilidades infinitesimais para acidentes fatais. Mas este estudo não levou em conta erros e desleixos humanos. As numerosas panes já acontecidas, basta citar o reator de Browns Ferry, nos Estados Unidos e o de Gundremmingen na Alemanha Federal, demonstram exatamente isto. Os erros humanos são inevitáveis.

Feb 17 (5 days ago)
* E * l * i *
Naturalmente os responsáveis e os governantes procuram abafar todos estes fatos. Quando eles se tornam do conhecimento do público, é sempre através de pessoas preocupadas e lutadores ambientais. Interessante é constatar que, até agora, nem os grandes consórcios de companhias de seguros aceitam cobrir completamente danos devidos a acidentes nucleares. Nos Estados Unidos cobrem até apenas 60 milhões de dólares e o Governo cobre dali até 560 milhões. Mas se morrerem milhões de habitantes e vastos territórios se tornarem inabitáveis, para todo sempre, que são 560 milhões? E se não sobrar ninguém para cobrar indenização?O dinheiro do governo é o dinheiro do povo. O povo que é chamado a.ser a cobaia deste gigantesco experimento não é chamado a participar das decisões pertinentes. O povo, assim mesmo, paga duas vezes, no próprio corpo e no bolso. É importante que sem estas garantias governamentais fechariam todas as centrais nucleares conforme declaram seus próprios diretivos. O negócio nuclear é subvencionado em todas as suas fases, desde a pesquisa até a construção e operação, e sem esta subvenção não teria capacidade de concorrer com as demais formas de energia.Num pais semeado de centrais nucleares, qualquer guerra convencional se transforma em guerra atômica. Uma usina nuclear atingida por bombardeio convencional libera no ambiente fantásticas concentrações de radioatividade que poderão espalhar-se por centenas de milhares de quilômetros quadrados. Isto seria muito pior que as explosões de Hiroshima e Nagasaki. No caso da bomba, a maior parte do material radioativo é levada á estratosfera, a radioatividade é residual. As Forças Armadas deveriam refletir sobre este aspecto. A segurança nacional será inversamente proporcional ao número e densidade de centrais. Pouco ou nada poderão fazer. Qualquer terrorista disposto a tudo terá mais força que todo um exército.

Feb 17 (5 days ago)
* E * l * i *
A tecnologia nuclear pressupõe um mundo perfeitamente utópico - um mundo sem guerras, sem revoluções, convulsões sociais, desordens, sem terrorismo, sem roubo, banditismo, sem desleixo e erros humanos, sem força maior, terremotos, maremotos, cheias, sem acidentes de transporte. Este tipo de mundo nunca existiu e nunca existirá. Constitui criminosa irresponsabilidade contar com ele. Assim mesmo, foi noticiado o comentário de técnico nuclear alemão que teria proposto diminuir as exigências de segurança para baixar o custo de nossas centrais.As ocorrências de urânio são tão ou mais limitadas que as do petróleo. Em reatores do tipo convencional as reservas mal durariam até o fim do século. Para superar este impasse prevê-se a "economia do plutônio", que se baseia numa nova geração de reatores, os regeneradores rápidos. Nestes a radiação do plutônio transforma o urânio 238, não físsil, em mais plutônio. O combustível básico seria então o plutônio! Com isto os perigos até aqui apontados ficariam exponenciados em várias ordens de magnitude. A movimentação maciça desta mais perigosa de todas as substâncias tornaria inevitável a proliferação de armas nucleares em mãos de irresponsáveis e mesmo de grupos terroristas. Poucos quilos de plutônio permitem a fabricação de bombas atômicas primitivas e "sujas". Que mundo estamos preparando para nossos filtros!Enquanto os interessados se apressam em construir sempre mais centrais nucleares;- multiplicam-se as vozes dós entendidos que nos advertem que a energia' nuclear, longe de constituir resposta à crise energética, poderá agravá-la.Em sua fase de mineração, refinação, enriquecimento é fabricação dos componentes e construção das centrais, na reciclagem do combustível usado na fabricação da água pesada e demais insumos, assim como na manipulação do lixo atômico, a tecnologia nuclear é extremamente consumidora de energia, de energia fóssil


Feb 17 (5 days ago)
* E * l * i *
A relação insumo energético/produção de energia utilizável é muito baixa, tão baixa que os programas nucleares previstos apresentam balanço energético negativo durante muitos anos. Este balanço só se tornará positivo anos após cessar a expansão na construção de novas centrais. Mas se pretende, justamente, construir sempre mais centrais. Esta corrida só acelerará o consumo definitivo dos combustíveis fósseis.Por outro lado, a gigantesca capitalização exigida, quase toda ela de dinheiro público, interferirá nos esforços para desenvolver soluções alternativas: energia solar, do vento, energia orgânica e outras. Interferirá, inclusive com os esforços por uma agricultura. sustentável, realmente sã, capaz de ajudar a resolver o problema da fome.Houve afirmações de que a energia atômica seria tão barata que dispensaria os relógios marcadores de consumo de eletricidade. Este sonho já se desvaneceu. Todos os custos têm sido ridiculamente subestimados, mas os que ainda insistem em querer convencer-nos de que a energia nuclear é barata ignoram os custos que entregam à posteridade. Onde estão contabilizados os custos de proteção e isolamento da Biosfera, durante milênios, de nosso lixo nuclear? Daqui a dezenas e centenas de milhares de anos ainda deverão funcionar entidades especiais com a tarefa de manter isolados nossos detritos. Haverá então só custos e perigos, nenhum proveito. Com que direito entregamos esta hipoteca?A exploração da energia nuclear constitui nota promissória contra nossos filhos e descendentes remotos! Para satisfazer e manter por mais algum tempo nossos atuais desmandos, condenamos seres humanos e civilizações num futuro longínquo, que nem registro de nossa cultura mais terão, se é que com nossas loucuras permitiremos ainda que haja gerações futuras.Este tipo de tecnologia é profundamente imoral! As decisões não podem permanecer nas mãos somente dos tecnocratas e burocratas interessados.

Feb 17 (5 days ago)
* E * l * i *
José Lutzemberguer no livro "Fim do Futuro?, 1976

Feb 17 (5 days ago)
Jorge
Meu caro, tenho mais medo de pessoas frias e calculistas como vc do que extremistas que mostram logo a que vieram...A Monsato, a Areva, o PEntágono, são desse jeito: assépticos, técnicos, educados, cheirosos, cheios de PRs para construir textos que dão voltas pra não dizer nada do que a gente realmente precisa saber.Quanto à pretensa contradição apontada por ti, cinismo pouco é bobagem...está claro que eu citei Oppenheimer, pai do Projeto Manhattan (bomba atomica), no que ele diz respeito à geração de energia nuclear, não radioterapia...ou seja, nao existe uma geração de energia por fontes nucleares para a paz e outra para a guerra, as duas são irmãs siamesas. Radioterapia e outros usos de MATERIAL RADIOATIVO na medicina não têm nada a ver com a história...Mas vc nos dá aqui um bom exemplo de como deturpar o que o outro diz para tentar torná-lo incoerente, extremista e quetais. É a mesma tática das grandes corporações, de governos, dos militares. Foi assim quando ambientalistas radicais xiitas extremistas denunciaram o despejo de lixo nuclear no fundo dos mares; quando outros tantos apontaram o horror de se jogar DDT na cabeça de prisioneiros japoneses com o alegado objetivo de matar piolhos; com as denúncias de que os mares estão morrendo por pesca predatória, poluição, alteração do clima; com a constatação do rápido fim de nossas florestas...enfim... é muito mais fácil detonar geral o planeta e escrever um belo Press Release afirmando que a empresa tem projetos de desenvolvimento sustentável, ne mesmo? Não tão querendo vender por aí agora que usinas nucleares são ambientalmente responsáveis?? pois é...

Feb 17 (5 days ago)
Marcelo
Eli, o problema com o texto é que ele é tendencioso.Radiação é o que o seu monitor está emitindo agora.Luz é radiação. As cores que vê, é radiação.Calor é radiação. Sim, você está irradiando, em frequências infra-vermelho.Sinais de rádio (pode ser das bandas AM, FM, ou sinais de televisão) são radiação.Enfim, radiação é intrínseco ao nosso mundo.Li em algum lugar que, em média, com a contaminação ambiente de radiação, levamos cerca de 3 radiografias de pulmão por ano. É muito! Mas é verdade.Alguns conceitos no texto, usam do desconhecimento popular para intensionar medo.Não é possível conceber um mundo sem radiação. Não há local no universo que não haja. Nem em laboratório é possível construir um ambiente sem radiação.

Feb 17 (5 days ago)
Marcelo
Jorge, se quiser parar com as falácias, podemos continuar.

Feb 17 (5 days ago)
Marcelo
Bom, darei o primeiro passo. Relembrarei o que escrevi, sete dias atrás:"O lixo nuclear é o único problema desta tecnologia, seja para produção de energia elétrica, seja para pesquisas científicas, seja aplicações médicas. Condenar a produção (termo que soa estranho, já que não há produção, de fato, da energia) de energia nuclear por causa disto, é condenar muitas outras áreas."Você está condenando as usinas nucleares por causa dos resíduos. Mas, radioterapia também gera resíduos. Certos exames, como radiografia, usam elementos químicos que deixam resíduos (se não me engano, é o Césio-137). Os mais recentes aparelhos de tomografia usam isótopos radioativos do oxigênio.Se o problema é o lixo nuclear, toda a tecnologia nuclear está condenada, inclusive outros usos, como os medicinais.Concordas? Não achas incoerente condenar um uso da tecnologia por um erro que os outros usos também cometem?Um sonho atual é a tecnologia de fusão nuclear, que é como o Sol produz energia. Se pudermos dominar esta tecnologia, acredita-se que faremos em torno de cinqüenta anos.A grande vantagem dela é de não ter resíduos. A fusão de dois átomos de hidrogênio, gera muita energia e um único átomo de Hélio, usado para encher balões em parques infantis e, abundante na nossa atmosfera. Acredita-se que com um copo americano, cheio de hidrogênio líquido, seja capaz de manter os EUA por anos.O grande problema de se chegar até esta tecnologia é a contenção da reação. Ainda não existe reatores capazes de isolar a reação em cadeia de fusão do hidrogênio. Seria desastroso se fizessem.Essa tecnologia só não é mais limpa do que a reação matéria/antimatéria, sonho ainda mais distante.O que pensas destas tecnologias?

Feb 17 (5 days ago)
Jorge
falácias? apontar o perigo de tecnologias como a nuclear na geração de energias é falácia? Falácia é dizer que a humanidade tem que pagar esse preço para ter energia. Falácia é confundir o risco intrinseco de usinas nucleares com o uso de material radioativo em aparelhos medicos. Estamos legando inúmeras bombas-relógios às gerações futuras. Onde vamos colocar todo esse lixo nuclear quando centenas de usinas tiverem q ser desligadas, desmontadas e descomissionadas? No meio de montanhas? No fundo do mar? No centro da TErra? Mandar para o sol? (todas as hipoteses seriamente cogitadas por 'renomados' e 'ilustres' cientistas...)

Feb 17 (5 days ago)
Jorge
A tecnologia tem que servir à humanidade sem coloca-la em risco, sem condenar seu futuro. Usinas nucleares, transgênicos, manipulação da ionosfera (para geração de energia, mudar o clima e até usar o eletromagnetismo do planeta para fins militares) e outras estão condenando nosso futuro...


ORIGENS DO GREENPEACE
Em 15 de setembro de 1971, um pequeno grupo de ecologistas e jornalistas levantou âncora no porto da cidade de Vancouver, no Canadá. A Guerra do Vietnã ocupava as manchetes de todos os veículos de comunicação, jovens pacifistas atravessavam todos os dias a fronteira dos Estados Unidos para engrossar a legião de desertores no Canadá, o rock invadia as rádios, o hippismo ditava a moda.Tudo isso era visível nos tripulantes do "Phyllis Cormack", o pequeno barco de pesca (24 metros) alugado que rumava para Amchitka, nas Ilhas Aleutas, no Pacífico Norte, local de mais um teste nuclear dos Estados Unidos. No mastro da embarcação tremulavam duas bandeiras: a da ONU - para marcar o internacionalismo da tripulação - e outra que unia as palavras "green" e "peace" numa única idéia: a da defesa do meio ambiente e da paz a qualquer preço. O que os movia, mais do que a coragem, era uma convicção: a destruição do planeta pelo ser humano havia chegado ao ponto de ameaçar o presente e o futuro de todos os seres vivos. Era preciso fazer algo para impedir o teste nuclear - porque as ações falam mais alto do que as palavras.A expectativa era grande. Em 1969, um teste nuclear americano em Amchitka havia gerado enorme controvérsia. A região tem uma das estruturas geológicas mais instáveis do planeta e sofre com freqüentes terremotos e maremotos. Cerca de 10 mil pessoas tentaram impedir esse primeiro teste bloqueando o maior posto de fronteira entre o Canadá e os EUA, carregando faixas que diziam: "Não faça onda!", em referência aos maremotos. O governo americano desprezou os protestos e realizou o teste programado. Não houve terremotos ou maremotos - o único abalo foi provocado pelo anúncio de um novo teste no mesmo local, dois anos depois. O teste seria cinco vezes mais potente. Era preciso fazer algo mais, além de colocar faixas na fronteira, pensavam dois dos envolvidos nos protestos - Jim Bohlen e Irving Stowe.O nova-iorquino Jim Bohlen era um ex-mergulhador e operador de radar da Marinha Americana durante a Segunda Guerra Mundial que havia trabalhado no programa de mísseis nucleares "Minuteman". Em 1966, quando percebeu que o envolvimento norte-americano no Vietnã era irreversível, deixou a Marinha e mudou-se para Vancouver com a mulher, Maria. Lá, durante uma passeata contra a guerra, o casal conheceu Irving e Dorothy Stowe, que também havia abandonado os Estados Unidos por convicção religiosa - eram quackers e profundamente anti-violência.Irving Stowe, advogado formado em Yale, trabalhava num jornal underground contrário à guerra - o "Georgia Straight". Juntos com um jovem estudante de direito da Universidade da Colúmbia Britânica, Paul Cote, eles fundariam um movimento pacifista e ecologista - o "Comitê Não Faça Onda" - para lutar contra os testes nucleares americanos. Rapidamente descobriram que o nome não tinha grande apelo.Os quakers acreditam numa forma de resistência pacífica - "bearing witness", em inglês (a tradução mais próxima para isso seria "testemunha envolvida") - que consiste em estar fisicamente presente na cena de um acontecimento maléfico, como forma de impedi-lo. Foi inspirado nele que os membros do "Comitê Não Faça Onda" decidiram alugar um barco para ir ao local previsto para o teste nuclear de 1971. Surgia assim a "ação direta", que viria a ser a forma mais conhecida de atuação do Greenpeace, organização que sucederia o "Não Faça Onda".O nome da nova organização é fruto do acaso: isoladas, as palavras "green" e "peace", que expressavam a idéia de pacifismo e defesa do meio ambiente que animava seus fundadores, não cabiam num buttom vendido para ajudar a arrecadar fundos para a viagem. Foi necessário juntá-las. Nascia o Greenpeace. Ao zarpar, a tripulação do "Cormack" incluía alguns jornalistas, entre eles Robert Hunter, do jornal canadense "The Vancouver Sun"; Ben Metcalfe, da "Canadian Broadcasting Corporation (CBC); e Bob Cummings, repórter do "Georgia Straight", além de um fotógrafo do próprio Greenpeace.Robert Hunter enfrentou a viagem lendo um livro sobre mitos e lendas indígenas. Um trecho do livro impressionou a tripulação. Narrava a previsão feita 200 anos antes por uma velha índia Cree, chamada Olhos de Fogo, sobre o futuro do planeta:"Um dia a terra vai adoecer. Os pássaros cairão do céu, os mares vão escurecer e os peixes aparecerão mortos nas correntezas dos rios. Quando esse dia chegar, os índios perderão o seu espírito. Mas vão recuperá-lo para ensinar ao homem branco a reverência pela sagrada terra. Aí, então, todas as raças vão se unir sob o símbolo do arco-íris para terminar com a destruição. Será o tempo dos Guerreiros do Arco -Íris."Alguns anos depois, o nome "Guerreiro do Arco-Íris" (Rainbow Warrior, em inglês) estaria orgulhosamente pintado no casco do mais famoso navio do Greenpeace e terminaria por virar sinônimo de ativismo ambiental. O "Phyllis Cormack", porém, não chegou a seu destino: em 20 de outubro, a tripulação foi presa pela Guarda Costeira dos Estados Unidos, e expulsa da região. Ao voltar para Vancouver, os pioneiros do Greenpeace estavam nas manchetes de jornais em toda a América do Norte. O teste nuclear havia sido adiado em mais de um mês. Mas seria o último: após ele, Amchitka nunca mais foi usada como local de provas atômicas.
http://www.greenpeace.org/brasil/quemsomos/as-origens-do-greenpeace-n-o